Capítulo II Neoplasias [tumores] (C00-D48)

Este capítulo contém os seguintes agrupamentos amplos de neoplasias:

C00-C97 Neoplasias [tumores] malignas(os)

D00-D09 Neoplasias [tumores] in situ

D10-D36 Neoplasias [tumores] benignas(os)

D37-D48 Neoplasias [tumores] de comportamento incerto ou desconhecido (ver nota)

Notas:

Nota 1 Localizações primárias, mal definidas e não especificadas de neoplasias

Nota 2 Atividade funcional

Nota 3 Morfologia

Nota 4 Uso das subcategorias do Capítulo II

Nota 5 Neoplasias malignas que ultrapassam seus limites e o uso da subcategoria .8

Nota 6 Neoplasias malignas de tecido ectópico

Nota 7 Uso do Índice Alfabético na codificação de neoplasias

Nota 8 Uso da segunda edição da Classificação Internacional de Doenças – Oncologia (CID-O)

Nota 1 Localizações primárias, mal definidas e não especificadas de neoplasias

As categorias C76-C80 incluem neoplasias malignas para as quais não há uma indicação clara da localização original do tumor ou o tumor é declarado como sendo “disseminado”, “espalhado” ou “disperso”, sem menção da localização primária. Em ambos os casos considera-se a localização primária como sendo desconhecida.

Nota 2 Atividade funcional

Todas as neoplasias (tumores) são classificadas neste capítulo, sejam ou não funcionalmente ativas. Um código adicional do Capítulo IV pode ser usado, se necessário, para identificar a atividade funcional associada com qualquer neoplasia, como por exemplo, feocromocitoma maligno da supra-renal produtor de catecolaminas deve ser codificado em C74 com código adicional E27.5; adenoma basófilo da hipófise com síndrome de Cushing deve ser codificado em D35.2 com código adicional E24.0.

Nota 3 Morfologia

Há grupos morfológicos (histológicos) principais de neoplasias malignas: carcinomas, incluindo os de células escamosas e os adenocarcinomas; sarcomas; outras neoplasias de tecidos moles incluindo os mesoteliomas; linfomas (Hodgkin e não-Hodgkin); leucemias; outras neoplasias especificadas e as de localizações especificadas; e cânceres não especificados. O termo câncer é genérico e pode ser usado para denominar quaisquer dos grupos relacionados acima, embora raramente seja aplicado às neoplasias malignas dos tecidos hematopoético, linfático e tecidos correlatos. O termo carcinoma é por vezes usado incorretamente como sinônimo de “câncer”.

No Capítulo II a classificação das neoplasias é feita por localização em grandes grupos cujo eixo é o comportamento do tumor. Em alguns casos, excepcionalmente, a morfologia é indicada nos títulos da categoria e subcategoria.

Para aqueles que desejarem identificar o tipo histológico da neoplasia são fornecidos separadamente códigos abrangentes de morfologia, que podem ser encontrados no item Morfologia de Neoplasias. Tais códigos de morfologia derivam da segunda edição da Classificação Internacional de Doenças – Oncologia (CID-O), a qual se constitui numa classificação de eixo duplo que apresenta um sistema independente de classificação para topografia e para morfologia. Os códigos da classificação de morfologia têm seis algarismos; os primeiros quatro identificam o tipo histológico, o quinto algarismo corresponde ao comportamento do tumor (maligno primário, maligno secundário (metastático), in situ, benigno, incerto se maligno ou benigno) e o sexto algarismo é um código para o grau de diferenciação dos tumores sólidos, sendo também usado como código especial para linfomas e leucemias.

Nota 4 Uso das subcategorias do Capítulo II

Neste capítulo a subcategoria .8 não é usada como nos outros capítulos desta Classificação para indicar o termo “outros”. Quando isso se fizer necessário, geralmente a subcategoria .7 será a utilizada [ver nota 5].

Nota 5 Neoplasias malignas que ultrapassam seus limites e o uso da subcategoria .8

As categorias C00-C75 classificam as neoplasias malignas primárias de acordo com seu local de origem. Muitas rubricas de três algarismos são ainda divididas em subcategorias, correspondentes a partes do órgão em questão. Uma neoplasia que comprometa dois ou mais locais contíguos dentro de uma determinada categoria de três algarismos, e cujo local de origem não possa ser determinado, deve ser codificada sob a subcategoria .8, (“lesão invasiva”), a menos que a combinação de localizações esteja especificamente classificada em outra parte. Por exemplo, carcinoma do esôfago e do estômago está classificado especificamente em C16.0 (cárdia), enquanto que “carcinoma da ponta e da superfície ventral da língua” deve ser classificado em C02.8.

Por outro lado, carcinoma da ponta da língua que se estende para a superfície ventral da língua deve ser codificado em C02.1, uma vez que o local de origem, neste caso a ponta da língua, é conhecido. O termo “invasivo” implica em que os locais comprometidos são contíguos (próximos um do outro).

As subcategorias numericamente consecutivas são em geral anatomicamente contíguas, mas isto não é sempre assim (por exemplo bexiga C67.-), e o codificador poderá ter que consultar um manual de anatomia para determinar as relações topográficas.

Às vezes uma neoplasia invade os limites correspondentes a categorias de três caracteres, dentro de alguns aparelhos ou sistemas. Para fazer frente a esse tipo de problema, foram criadas as seguintes subcategorias:

C02.8 Lesão invasiva da língua

C08.8 Lesão invasiva das glândulas salivares maiores

C14.8 Lesão invasiva do lábio, cavidade oral e faringe

C21.8 Lesão invasiva do reto, ânus e canal anal

C24.8 Lesão invasiva das vias biliares

C26.8 Lesão invasiva do aparelho digestivo

C39.8 Lesão invasiva dos órgãos respiratórios e intratorácicos

C41.8 Lesão invasiva dos ossos e cartilagens articulares

C49.8 Lesão invasiva do tecido conjuntivo dos tecidos moles

C57.8 Lesão invasiva dos órgãos genitais femininos

C63.8 Lesão invasiva dos órgãos genitais masculinos

C68.8 Lesão invasiva dos órgãos urinários

C72.8 Lesão invasiva do sistema nervoso central

Um exemplo do que está exposto acima é um carcinoma do estômago e intestino delgado, que deve ser codificado sob C26.8 (lesão invasiva do aparelho digestivo).

Nota 6 Neoplasias malignas de tecido ectópico

Neoplasias malignas de tecido ectópico devem ser codificadas segundo a localização mencionada, por exemplo, neoplasia maligna ectópica do pâncreas deve ser codificada sob pâncreas, não especificada (C25.9).

Nota 7 Uso do Índice Alfabético na codificação de neoplasias

Além da localização, a morfologia e o comportamento também devem ser levados em conta, quando se codificam as neoplasias, e o codificador deve sempre consultar em primeiro lugar o Índice Alfabético para obter a descrição morfológica.

As páginas introdutórias do Volume 3 trazem instruções gerais sobre o uso correto do Índice Alfabético. As instruções específicas e exemplos referentes a neoplasias devem ser consultadas para assegurar o uso correto das categorias e subcategorias do Capítulo II.

Nota 8 Uso da segunda edição da Classificação Internacional de Doenças – Oncologia (CID-O)

Para alguns tipos morfológicos o Capítulo II fornece uma classificação topográfica muito restrita ou, às vezes, até mesmo inexistente. Os códigos de topografia da CID-O utilizam, para todas as neoplasias, essencialmente as mesmas categorias de três e quatro caracteres que o Capítulo II utiliza para as neoplasias malignas primárias (C00-C77, C80), proporcionando assim uma maior especificidade de localização para as outras neoplasias (neoplasias malignas secundárias [metastáticas], benignas, in situ e de comportamento incertos e as desconhecidas).

Sugere-se que todos aqueles que tenham interesse em codificar tanto a localização como a morfologia dos tumores, como por exemplo, registros de câncer, hospitais de câncer, departamentos de patologia e outros órgãos especializados em câncer, usem a CID-O.